quinta-feira, 16 de abril de 2015



Naufrágio de Sewol



Naufrágio do MV Sewol foi um acidente marítimo ocorrido na Coreia do Sul em 16 de abril de 2014 às 8h 58min (horário local), 11h58min UTC. O ferry Sewol transportava cerca de 459 pessoas, 325 alunos e 15 professores da Escola Secundária Danwon em Ansan, localidade próxima de Seul, mais 30 tripulantes, 89 passageiros comuns e mais 150 veículos que iam da cidade de Incheon à ilha de Jeju. Várias pessoas foram resgatadas por embarcações próximas, somente após 30 minutos a Guarda Costeira da Coreia do Sul e navios com helicópteros chegaram ao local. Passageiros relataram para a imprensa local que os tripulantes os instruíram para permanecerem sentados após a balsa começar a adernar. Uma das 164 pessoas resgatadas, Lim Hyung-mi fez um relato do ocorrido:

"Ouvi um grande golpe e o barco começou logo a se inclinar, Alguns dos meus amigos caíram no chão e começaram a sangrar. Pulamos na água e nos resgataram. — contou o estudante, já em uma ilha próxima do local. — A água estava muito gelada. Só pensava que queria viver."


Outro resgatado Kim Seong-Muk disse à televisão local:

"As pessoas estavam tentando subir para o convés superior, mas era muito difícil com o barco inclinado — afirmou Kim Seong-Muk, um dos resgatados. — Os passageiros gritavam ‘quebrem as janelas’, mas o nível da água subiu muito rápido, e muitos não conseguiram escapar"


CAUSAS DO ACIDENTE
Guarda Costeira da Coreia do Sul, determinou como possível causa a mudança súbita de direção e o deslocamento da carga para um dos lados da balsa. Contudo outras fontes tem comentado sobre as causas do acidente.

SOBRE A BALSA
Sewol é uma balsa de 6.825T , 146 metros (479 pés) de comprimento e 22 metros (72,2 pés) de largura, construída no Japão em 1994 pela empresa Hayashikane Dockyard Co e tinha capacidade para 921 passageiros, 35 tripulantes, 180 veículos e containers de 20 pés (6,10 metros).



MORTES
Até a noite de 02 de maio de 2014, as autoridades sul-coreanas informam um total confirmado de 226 mortos e de 72 passageiros e tripulantes ainda desaparecidos.




NOTÍCIAS QUE SAÍRAM NA ÉPOCA DO ACIDENTE

Capitão do barco naufragado é preso na Coreia do Sul

Atualizado em 18/04/2014 17h28

O capitão e outros dois membros da tripulação da balsa que naufragou nesta quarta-feira (16) na Coreia do Sul foram presos na madrugada de sábado (19) no país, ainda sexta-feira (18) no horário do Brasil, segundo informa a agência sul-coreana Yonhap.

Lee Joon-Seok, capitão da embarcação, enfrenta cinco acusações, incluindo negligência e violação do direito marítimo, destacou a agência. Promotores acreditam que tanto o capitão como os dois tripulantes infringiram a lei ao saírem do barco no início do resgate, sem levar em conta a segurança da maioria dos 475 passageiros a bordo, de acordo com a agência Efe.

A balsa que saiu de Incheon em direção à ilha Jeju naufragou na manhã desta quarta-feira (16) na Coreia do Sul com 475 passageiros a bordo, a maioria estudantes. Até agora, o número de mortos no acidente chega a 28. Além disso, o vice-diretor da escola sul-coreana Danwon, que acompanhava alunos na viagem do barco que naufragou, cometeu suicídio, disse a polícia nesta sexta. Foram resgatados 179 passageiros. Outas 268 pessoas seguem desaparecidas, segundo o último boletim das autoridades citado pela agência AFP.
Um suboficial, e não o capitão, pilotava a balsa no momento da tragédia em águas sul-coreanas há dois dias, informou a Justiça nesta sexta-feira (hora local).
"Era o terceiro-tenente que estava no comando no momento do acidente", declarou o procurador-geral Park Jae-eok, em entrevista coletiva. "O capitão não estava no leme", revelou.
Violentamente criticado pelas famílias dos desaparecidos por abandonar a embarcação quando centenas de passageiros estavam presos, o capitão Lee Joon-seok estava na "na popa", acrescentou o procurador.
As causas do acidente ainda são desconhecidas. Vários passageiros disseram ter ouvido um forte ruído, quando a balsa parou de repente. Isso pode significar que o barco encalhou, batendo no fundo, ou que se chocou contra algum objeto submerso.
Alguns especialistas também sugerem que a carga da balsa , que transportava 150 veículos, tenha se deslocado e desequilibrado a embarcação. O capitão garantiu que não bateu em rocha alguma.
Cercado pela imprensa na sede da Guarda Costeira, ele pediu desculpas nesta quinta. "'Sinto muito, de verdade, pelos passageiros, pelas vítimas e pelas famílias", declarou.
Vice-diretor se suicida
O vice-diretor da escola sul-coreana Danwon, que acompanhava os alunos do ensino médio na viagem do barco que naufragou cometeu suicídio, disse a polícia nesta sexta-feira (18). Kang Min-Gyu, de 52 anos, foi encontrado morto enforcado pelo cinto em uma árvore que fica do lado de fora do ginásio da cidade portuária de Jindo, onde parentes dos alunos desaparecidos estão reunidos.
A polícia disse que Kang não deixou uma nota de suicídio e que eles começaram a procurá-lo depois que ele foi dado como desaparecido por um professor. Ele havia sido resgatado da balsa naufragada.
Mergulhadores estão lutando marés fortes e águas turvas para chegar ao navio afundado, mas a probabilidade de encontrar algum sobrevivente é mínima.
Na escola de Ansan, uma cidade industrial perto de Seul , muitos amigos e familiares de desaparecidos reuniram-se em silêncio sombrio.

"Quando eu soube do acidente ainda tinha esperança", disse Cho Kyung-mi, que espera por notícias de seu sobrinho de 16 anos. "Agora está tudo acabado."
Nas salas de aula dos desaparecidos, os colegas não deixaram mensagens em mesas, quadros e janelas, pedindo o retorno seguro de seus amigos desaparecidos.
"Se eu te ver de novo, vou te dizer que eu te amo, porque eu não disse a você o suficiente", diz uma das mensagens.

Outros familiares foram ao porto de Jindo para fazer orações e esperar por notícias dos resgates. Algumas pessoas foram fotografadas em desespero devido à espera, dois dias após o acidente.

As investigações sobre o naufrágio, o pior acidente marítimo da Coreia do Sul em 21 anos com base em possíveis vítimas, têm-se centrado sobre a possível negligência da tripulação, problemas com a estiva da carga e defeitos estruturais do navio, embora a embarcação tenha passado todas as suas verificações de segurança e de seguros.
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